Como a mente afeta o corpo, afinal? Uma visão biológica

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“Usar a força do pensamento”, “Fazer visualizações para gerar uma mudança”. Essas são expressões que crescem exponencialmente nos dias de hoje, tendo como cerne as perguntas: A mente realmente pode afetar o corpo? Como isso acontece biologicamente?

A ciência tradicional ainda vem alicerçada no materialismo científico onde matéria e energia são vistas separadamente. Pensar em mente influenciando o corpo, ainda é uma novidade considerando a história da nossa civilização ocidental.

Eu, como bióloga, estudiosa da psicologia analítica e pesquisadora da intuição venho buscando entender como esse processo acontece na nossa fisiologia, qual a conexão entre pensamento e mudança na biologia.

A Física Quântica e uma nova relação matéria e energia

O surgimento da Física Quântica nos trouxe a possibilidade de observar a relação entre o mundo material e o energético. Até então, a ciência considerava mente e corpo, matéria e energia como entidades separadas.

Einstein e a quântica dizem que energia se transforma em matéria e vice-versa. No entanto, para que isso aconteça, segundo a fórmula de Einstein (E=m.c²), é necessário acelerar à matéria a velocidade da luz ao quadrado para que ela se transforme em energia e desacelerar na mesma proporção para voltar à matéria.

Considerando a nossa biologia, digamos que essa é uma via possível, mas um tanto improvável de se constituir como única maneira de influência da energia sobre a matéria. Nosso corpo é formado de órgãos, compostos de uma comunidade de mais de 50 trilhões de células, com uma inteligência própria de funcionamento, em harmonia entre si, se comunicando por vários sistemas.

Assim, para curar uma doença, por exemplo, é necessário que todo um sistema fisiológico trabalhe para isso e as unidades primárias que compõem a fisiologia são as células. Logo, precisamos olhar para o funcionamento celular para compreender como a energia pode interferir no seu comportamento.

Como as informações chegam até as células?

Para entender como uma onda de pensamento gera uma informação para as células, precisamos conhecer como os sistemas de comunicação do corpo. Podemos simplificar em quatro sistemas básicos:

Neurológico: o sistema neural que traz impulsos nervosos do cérebro para o corpo;

Bioquímico: informação por hormônios e fatores bioquímicos

Biofísico: Informações pelas ondas de pressão geradas pelas batidas do coração

Energético: Através de campos eletromagnéticos e por um sistema bioinformacional composto de uma rede proteica que conecta todas as células do corpo, e se comportam como se fossem “antenas” que ficam na parede da célula. Essas antenas são capazes de captar vibrações, a comunicação entre as células acontece por ressonância.

Dependendo do estímulo, a “antena” transporta uma informação para o interior da célula, gerando um comportamento celular, como um produção hormonal, composição de fibras musculares, por exemplo.

 

Como uma vibração pode influenciar o comportamento celular?

Num olhar simplificado, essa “antena” dispara uma cascata bioquímica no interior da célula até chegar ao núcleo.

Lá, genes podem ser ativados ou desativados, de acordo com a informação, produzindo uma resposta celular específica, seja produção de um hormônio importante, ou bloqueio da produção de outros hormônios, ou construção de cadeias musculares e assim por diante.

 

De onde vêm as vibrações que chegam até as células?

Da informação vibracional até o interior das células, podemos pensar em alguns passos:

– As vibrações que chegam na parede da célula,

– A captação pela antena,

– A passagem da informação da antena para o interior da célula,

– Resposta intracelular ao estímulo,

De onde vêm as vibrações que chegam até as células?

Do meio externo e do nosso próprio interior.

Vibrações do meio externo:

Nós estamos rodeados de diferentes vibrações, desde tremores de terra, sons, ondas de rádio, wifi, ondas dos equipamentos eletrônicos. No entanto, já se sabe que quanto menor a onda, maior o seu potencial de captação pela célula, ou seja, é mais provável que sua célula responda às ondas de wifi do que a um pequeno terremoto.

Mas o que queremos saber é como a mente afeta o corpo, não é mesmo?

Vamos saber, agora, como o nosso próprio corpo produz ondas de campos de pequena intensidade.

Todo átomo possui uma vibração pequena. Mas o corpo tem dois grandes órgãos geradores de campos eletromagnéticos no nosso corpo, o coração e o cérebro.  No entanto, o coração é o nosso grande oscilador biológico, seu campo é seis vezes maior que o do cérebro e tem a função de sincronizar todo o sistema num ritmo harmônico, incluindo o cérebro.

O coração como grande órgão de harmonia do corpo

A sincronização biológica é um processo que tem o mesmo princípio dos relógios de pêndulo. Sabe quando vários relógios de pêndulos são colocados juntos num mesmo lugar?

Depois de um tempo, todos estão no mesmo ritmo e quem determina esse ritmo é o maior pêndulo! É isso que acontece no nosso corpo, o coração é como se fosse o maior pêndulo, corrigindo toda a desarmonia do sistema.

A relação do cérebro e coração

Embora o cérebro tenha grande importância para o comando do sistema, ele é subordinado ao coração. Estudos na HerthMath Institute, da Califórnia observaram que o coração percebe o meio externo antes do cérebro e transmite um sinal orientando a resposta.

A vibração do coração, portanto, orienta o trabalho do cérebro, de todas as células, como também “neutraliza” as informações dissonantes vindas do meio externo.

 

A construção do pensamento e a desarmonia do corpo

E o que o pensamento tem a ver com isso? Os estudos da Hearthmath também observaram que existem momentos em que as ondas do cérebro e do coração não estão em sincronia. No cérebro estão armazenados programas ancestrais de medos, sobrevivência, crenças das nossas famílias e o coração envia o impulso do nosso self, ou eu verdadeiro, aquilo que somos, em essência, por trás das programações

Quando queremos dar sempre explicações, começamos a pensar freneticamente, dando grande “poder” à nossa razão, acima do coração, nossas crenças podem confundir a informação vinda do coração:

“Se o coração enviar um claro sinal, intuitivo com a sensação “ Não faça isso”, o cérebro pode resistir vigorosamente, exigindo saber: Por que? Como? Quando? Tamanha persistência acaba por interromper o sinal do coração.” (Childre and Martin – Hearth Math)

Assim, os pensamentos gerados pelas ondas cerebrais podem chegar até as células e serem “lidos” pelos receptores, no entanto, se as ondas cerebrais não estiverem em harmonia com o campo do coração, haverá uma dissonância no sistema e as células ficarão perdidas. O pensamento nesse caso, pode gerar desarmonia e doenças.

 

A mente pode curar, desde que…

O pensamento pode curar? A mente pode afetar o corpo? Sim. Mas, somente aquele pensamento que estiver em harmonia com a vontade do coração. Não adianta desejar algo que não esteja de acordo com a essência individual. O coração precisa dar o “aval”. Na verdade, o coração está dizendo o tempo todo o que fazer, qual caminho seguir.

Quando seguimos o nosso caminho pessoal, sem medo, sem querer seguir os “certos e errados” impostos por uma sociedade, por uma cultura, pelas vozes dos nossos familiares, os campos do coração e cérebro se somam criando um potencial “mágico” de ação. As células não têm outra alternativa a não ser acatar.

Além disso, esse alinhamento promove abertura para captação de informações do inconsciente coletivo e um estado de conexão com o universo.

 

Como ouvir o coração?

Como ouvir o coração? Ele fala conosco pela nossa intuição. Ela se mostra por sensações, imagens, quando estamos no estado de simplesmente ser. Esse estado pode ser treinado pela vivência do silêncio, da meditação, contemplando a natureza, sentindo gratidão e alegria pela vida.

Cuidar dos pensamentos é importante, mas dar ao coração o seu “lugar de direito”, entendendo que ele é o comandante é a grande chave para trazer harmonia para a vida, saúde para o corpo e realização para a alma.

Você tem clareza das informações do coração?

Comenta aqui embaixo.

Bia Rossi

Pesquisadora, terapeura Bodytalk

Este post tem 10 comentários

  1. José Eduardo Alves Santos

    Parabéns Bia Rossi, estou sempre em conexão com seu trabalho. Abraço!

  2. francisca Soares Beserra Preto Beserra

    Bia como está.
    Este seu artigo está melhor como nunca visto, estou de acordo consigo quando informa que o coração é nosso comandante. Parabéns e obrigado.

    Cumprimento Francisca Preto

  3. Regina

    Interessantíssimo o artigo, novas noções, vou precisar ler novamente. Obrigada por nos fornecer este saber e compartilhar o seu seu conhecimento . Quando ocorrer curso no Rio de Janeiro, participarei com enorme prazer. Conhecimento é a construção do saber.

  4. NELSON BARBOSA BITTENCOURT

    Ótimo artigo. Parabéns, Bia.

  5. hilda

    Com certeza vou ter que reler e talvez reler de novo até que entenda tudo isso. adoro este tema mente, coração e intuição.

  6. Fabricio

    Excelente texto! Por mais que queiramos “ouvir o coração”, uma explicação racional como esta ajuda sim, e muito! Parabéns!

  7. Samuel Caires Vieira de Almeida

    sou deficiente e tenho problemas visual e sou tb psicologo , recebo videos regulares de vocês, agora quando o conteúdo vem em forma de texto tenho dificuldades de enxergar por causa do tamanho da letra por isso venho sugerir que se possível faça uma alteração na fonte do texto. Att.

    1. André Rodrigues

      Samuel..
      Desculpe a longa demora..
      Mas realizamos as alterações para favorecê-lo!

  8. Luciana

    Muito interessante o texto! Parabéns!

  9. Paula Seraphim

    Quando ouvimos a frase “escute o seu coração” sempre romantizamos e não fazemos ideia da profundidade que esse movimento de dar voz ao nosso coração é a grande chave para abrir nossos portais. Grata por esse conteúdo riquíssimo!

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